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Tecnologia para fazer compras

Provador com sistema que reconhece as peças, sugere combinações e possibilita o envio de mensagem para chamar o vendedor. Caixa para pagamento com cartões que lê à distância o preço das roupas. Essas são algumas das inovações.

Um provador com sistema que reconhece as peças, sugere combinações e possibilita o envio de mensagem para chamar o vendedor. Um caixa expresso para pagamento com cartão de débito ou crédito que lê à distância o preço das roupas. Essas são algumas das inovações tecnológicas que já são usadas pelo varejo para proporcionar novas experiências de compra ao consumidor. Mobilidade, interatividade e identificação via radiofrequência estão presentes nas novas práticas.
De acordo com a presidente da Vip-Systems Informática, Regiane Relva Romano, hoje o consumidor está incluído dentro do conceito “Omni-Channel”, ou seja, ele está presente em todos os canais, interage a qualquer momento, de qualquer lugar. “O consumidor compra na loja, na internet, por catálogo. Ele compra em todos os canais, inclusive nas redes sociais. Ou o varejo muda ou ele vai perder espaço”, destaca.
Preocupada em proporcionar uma experiência diferente para o consumidor, a Billabong inaugurou uma loja inteligente no Shopping Iguatemi Alphaville com 15 soluções. Entre elas está o espelho interativo. O consumidor pode tirar uma foto e arrastar virtualmente os modelos de óculos para ver sua imagem. Além disso, é possível postar a imagem no Facebook para receber a opinião dos amigos.
Outra inovação está no provador. Ao entrar na área, as peças escolhidas pelo cliente são identificadas e exibidas em um monitor. O próprio programa sugere combinações e informações como preço, cores e tamanho disponíveis. O cliente pode escolher outras peças para provar e o vendedor será acionado via mensagem no celular. “Temos um público conectado, jovem, que busca novas tecnologias e experiências”, destaca Leonardo Santos, gerente de tecnologia do Grupo GSM, detentor da marca Billabong.
A loja com o novo conceito está dando tão certo que a Billabong vai inaugurar mais uma em São Paulo e outra no Rio de Janeiro este ano. E a tecnologia será exportada para outras lojas da rede do mundo. “A intenção é incluir novas experiências, não substituir”, acrescenta Santos.
Na Memove, uma das inovações é o sistema de fast-check-out. O comprador pode escolher as peças que vai comprar e colocá-las em uma caixa. Com a identificação via radiofrequência, o sistema lê os preços das roupas e o consumidor pode pagar com cartão de crédito ou débito. Depois, é só colocar as peças na sacola e sair sem preocupações. Isso porque o sistema antifurto será avisado sobre o pagamento e o cliente não vai correr o risco de ouvir o alarme disparar ao sair da loja.
Tablets e smartphones também estão sendo usados para tornar mais ágil e aprimorar o atendimento na rede de concessionárias da Toyota no Brasil. Segundo Nercio Fernandes, vice-presidente de pesquisa e desenvolvimento da Linx, empresa responsável pela tecnologia, os dispositivos ajudam a organizar os serviços agendados, a tirar fotos do carro, visualizar informações do cliente e se ele já comprou na loja, por exemplo.
Sabe aquela frase “vou ver se tem no estoque”? As vendedoras de algumas lojas da Arezzo não precisam mais ir até o estoque para verificar se tem o modelo e o número pedido pela cliente. “Elas usam um dispositivo para consultar o produto, cor e tamanho disponíveis”, explica.
Na avaliação do professor do Centro de Inovação e Criatividade da Escola Superior de Propaganda e Marketing (ESPM), Mário Castelar, vai se tornar cada vez mais frequente o uso da tecnologia no varejo, por meio da internet, rádio frequência, mobilidade ou pagamento via celular.
Mas a medida que a tecnologia avança, será preciso se preocupar com o atendimento personalizado. Assim como existem clientes que gostam de tecnologia, existem os que não gostam. “O funcionário vai precisar estar preparado para atender a diferentes perfis em diversas situações.”
Cabides mostram peças favoritas
Quem não gosta de um palpite na hora de escolher uma roupa? A C&A lançou uma ação para levar a opinião dos internautas para a loja física, o Fashion Like. Desde quarta-feira é possível ver uma prévia de dez modelos da próxima coleção do Dia das Mães na fanpage da marca no Facebook (www.facebook.com/ceaBrasil). Lá é possível escolher qual a peça que mais gostou por meio do botão “like”.
As peças estão expostas na loja conceito da C&A no Shopping Iguatemi desde anteontem em cabides com um visor indicando em tempo real quantos “curtir” cada peça recebeu. A ação se baseou no fato de que as mulheres sempre pedem opiniões para amigas para escolher o que comprar.
Inovações têm preços altos
O pequeno empresário que está disposto a investir em tecnologia precisa planejar e a avaliar o custo-benefício. Por se tratar de opções recentes, o custo não é baixo e vai variar de acordo com a escolha. De acordo com a presidente da Vip-Systems, Regiane Relva Romano, o software para o lojista ter um catálogo eletrônico custa cerca de R$ 5 mil. Ele vai poder colocar os produtos à venda para visualização em uma televisão e o consumidor pode “folhear” o catálogo com o movimento das mãos, como se fosse um livro virtual.
Já quem está disposto a instalar a tecnologia de rádio frequência vai precisar desembolsar aproximadamente US$ 10 mil para a infraestrutura, como antenas e leitor, além pagar cerca de R$ 0,40 por etiqueta para colocar nas peças, segundo Regiane. Entre as vantagens apontadas com a implantação da tecnologia, estão os ganhos no processo de logística, recebimento, estoque e sistema antifurto. Isso porque as peças são identificadas desde o centro de distribuição.
Ao chegar na loja, o vendedor não precisa checar peça por peça na hora do recebimento e no monitoramento do estoque. O sistema vai identificar todas os produtos mesmo que eles estejam fechados em uma caixa. Outro ponto positivo é na localização das peças. Se uma calça feminina está no setor masculino, o sistema vai identificar onde está a roupa.
As etiquetas com a tecnologia RFID, de radiofrequência, interagem com o sistema de segurança. Ao pagar pelo produto, a informação será gravada na etiqueta e detectada pela antena do sistema antifurto.
Na Linx, o software One Face custa cerca de R$ 50 por mês por vendedor. A ferramenta pode ser instalada no smartphone e vai ajudar a controlar o atendimento de cada vendedor e a reunir informações sobre uma venda não executada, por exemplo. Será possível também reunir informações sobre os produtos que os clientes gostariam de comprar.

Data de Publicação
22/04/12
Fonte
Estadão


http://www.estadao.com.br/blogs/jt-seu-bolso/2012/04/22/tecnologia-para-fazer-compras/